Conforme publicado no Diário Oficial da União em 27/06/13, a Sra.
Presidenta da República, Dilma Vana Rousseff, sancionou a Lei Nº. 12.835,
de 26 de junho de 2013, que instituiu o Dia Nacional da Matemática, a ser
comemorado anualmente em todo o território nacional no dia 6 de maio, data de
nascimento do Professor Júlio César de Melo e Souza, mundialmente conhecido
como MALBA TAHAN, que muito contribuiu para o ensino dessa ciência e deixou
importante legado para aqueles que se aventuram em aprendê-la.
O professor de Matemática Júlio César de Melo e Sousa nasceu no Rio
de Janeiro, no dia 6 de maio de 1895, filho de João de Deus de Melo e Sousa e
de Carolina Carlos de Melo e Sousa, em uma família de oito filhos, criados com
dificuldade pelos pais. Júlio cresceu na pequena cidade paulista chamada Queluz,
revelando precocemente sua natureza criativa e única. Em 1905, voltou para
sua terra natal com o objetivo de estudar. Nesse período, frequentou o Colégio
Militar e o Colégio Pedro II. Posteriormente, em 1913, ingressou na Faculdade de
Engenharia Civil da Escola Politécnica.
Suas histórias, já elaboradas durante a infância, eram povoadas de
personagens com nomes estranhos, como Mardukbarian, Protocholóski ou
Orônsio e tamanha foi a sua criatividade, que ele mesmo inventou sua biografia
fictícia, criando o escritor árabe Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan,
mais conhecido como Malba Tahan. Além dos inúmeros contos semelhantes aos
enredos das Mil e Uma Noites e aproveitando o contexto, ele também disseminou
amplamente a Matemática através de suas obras. O escritor recebeu inclusive a
concessão especial do então Presidente Getúlio Vargas para ter seu heterônimo
impresso em sua carteira de identidade.
Júlio, como professor de Matemática, transformava a sala de aula em um
palco, no qual atuava de forma brilhante, conquistando a atenção e a admiração
de seus alunos com uma metodologia criada por ele mesmo e voltada para o
aprendizado concretizado através do entretenimento, distante das aulas tediosas
e intencionalmente complexas de grande parte dos professores desta disciplina,
didática, que criticava vivamente.
Possuidor de imaginação sem limites, que se manifestava tanto em seus
romances e contos, quanto na área da educação, apresenta uma infinidade de
questões e desafios matemáticos em seu livro mais conhecido, “O Homem que
Calculava”, narrando as aventuras e proezas do calculista persa Beremiz Samir,
personagem central de eventos que se desenrolaram na Bagdá do século XIII,
cujas peripécias se tornaram lendárias e encantaram reis, poetas, xeques e
sábios. Monteiro Lobato foi um dos grandes escritores que se apaixonaram por
este livro, profetizando sua imortalidade na história da literatura.
Por estar sempre à frente de seu tempo, foi por muitas vezes
incompreendido. Hoje, sua atuação na educação começa a ser revista e
valorizada. Neste esforço de reconhecimento da sua obra, , através da Lei
Estadual 2501, de 29.12.1995, a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro já
havia estabelecido o Dia da Matemática, comemorado em 06 de maio, marca
de seu nascimento. Também foi fundado o Instituto Malba Tahan, em 2004, na
cidade de Queluz, visando retomar seu trabalho, desenvolvê-lo e conservar na
memória sua herança cultural, mantendo-a viva e ativa. Em sua homenagem
Júlio César morreu aos 79 anos de idade no dia 18 de junho de 1974,
vítima de um ataque cardíaco no hotel em que se encontrava hospedado, em
Recife, depois de uma última palestra. Como arremate final de sua imaginação,
deixou prescritas várias orientações para a realização de seu enterro, tais como a
mensagem em sua homenagem, o caixão de terceira classe, flores enviadas por
alguém desconhecido, oculto no anonimato, sem coroas, luto ou discursos.
A obra literária do educador Júlio Melo tem cerca de 120 livros de
matemática recreativa, didática da matemática, história da matemática e ficção
infanto-juvenil, publicados com seu nome verdadeiro ou sob pseudônimo. Seu
mais famoso conto, “O Homem que Calculava”, sucesso de vendas no Brasil, foi
publicado pela primeira vez em 1939 e reeditado várias vezes, tendo chegado a
sua 75ª edição. Lido por várias gerações, o livro, foi também traduzido para outros
idiomas como espanhol, inglês, italiano, alemão, francês e catalão. Dentre os
seus títulos mais relevantes, podemos destacar:
• Contos de Malba Tahan (contos)
• Amor de Beduíno (contos)
• Lendas do Deserto (contos)
• Lendas do Oásis (contos)
• Lendas do Céu e da Terra (contos)
• Maktub! (contos)
• Minha Vida Querida (contos)
• O Homem que Calculava (romance)
• Matemática Divertida e Delirante (recreação matemática)
• A Arte de Ler e Contar Histórias (educação)
• Aventuras do Rei Baribê (romance)
• A Sombra do Arco-Íris (romance)
• A Caixa do Futuro (romance)
• O Céu de Allah (contos)
• Lendas do Povo de Deus (contos)
• A Estrela dos Reis Magos (contos)
• Mil Histórias Sem Fim (contos)
• Matemática Divertida e Curiosa (recreação matemática)
• Novas Lendas Orientais (contos)
• Salim, o Mágico (romance)
Professor José André Alves de Castro
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